quarta-feira, 22 de outubro de 2008

As armas do Cangaço

Os cangaceiros usavam alguns tipos de armas como pistolas, rifles e também alguns usavam um punhal. Aqui estão algumas delas:

Bergmann MP 18-1, modelo 1918. Submetralhadora utilizada no final do cangaço. Duas peças deste modelo foram utilizadas pela Volante no combate em Angico. Carregadores com capacidade para 50 tiros cada. Conhecida também como "costureira".

Revólver Colt modelo Police Positive. Arma utilizada pelos cangaceiros e pelas Volantes.

Pistola Luger - modelo 1908. Uma arma destas foi encontrada com Lampião, após sua morte, em Angico.

Pistola Browning, modelo 1910. Arma utilizada normalmente pelas mulheres do bando.

Fuzil Mauser, modelo 1908. Arma mais utilizada pelos cangaceiros após Março de 1926.

Mosquetão Mauser, modelo 1908.

Winchester - modelo 1873. Arma usada no período inicial do cangaço. Conhecido como:Rifle Papo Amarelo.

Punhal e bainha semelhantes aos usados por cangaceiros.

A primeira Cangaceria

Na foto, Filha de Maria Bonita em frente há uma foto de sua mãe.
Nascida em 8 de março de 1911 Maria Gomes de Oliveria chamada de "Maria Bonita".
Maria Bonita nasceu em uma pequena fazenda em Santa Brígida, na Bahia. Muito nova Maria antes de ir para os Cangacerios era casada com José Miguel da Silva. Em 1929 Maria Bonita havia fugido de sua casa, pois avia brigando com seu marido e como de costume foi para casa de seus pais, aonde ela reecontra Virgulino, o Lampião. O qual era amigo ja da família Oliveira.
Após a passagem de Virgulino pela casa dos pais de Maria, sua mãe fala da admiração que ela tinha por ele então ele ao passar pela fazenda se encanta com Maria Bonita e depois de um ano o "Rei do Cangaço" (Virgulino) convida Maria Bonita a se juntar aos Cangaceiros e se torna a primeira mulher a fazer parte do grupo.
Maria Bonita foi morta após um ataque ao bando, e depois da autópsia constataram que ela teria sido degolada ainda viva. E assim é assasinado um dos casais mais famosos do país no dia 28 de julho de 1938.

Influência do cangaço na Literatura Cordel


É muito interessante a influência do Cangaço na literatura de cordel. A literatura de cordel ignora tudo que é ruim no Cangaço e tudo que é sexo . Ela só fala do Cangaço de uma maneira heróica, daí, a maior força que se dá a essa visão heróica do cangaceiro. Existe um ensaio do Mário de Andrade, que se chama Romanceiro do Cangaço, em que ele diz: "Que os contadores do Nordeste, os compositores dessas músicas de cordel, eles agem mais ou menos como os poetas gregos: os deuses gregos, os heróis gregos são perfeitos, eles não são seres de carne e osso. Na poesia clássica grega, são tratados apenas os seus grandes feitos e tragédias. O cotidiano, que na verdade passa a ser a realidade das coisas, não é tratado, assim como o Cangaço. Lampião é um sujeito super sabido, ou então, ele é super maldoso, essa coisa toda. O cotidiano do Cangaço fica de fora."Faz parte da mistificação, o que é muito natural, o que não tira nenhum valor da literatura de cordel."Quando nós dizemos uma coisa, por exemplo: quando se diz que a literatura de cordel não expressa a realidade do Cangaço, não estamos negando a literatura de cordel. É impossível negar a literatura de cordel como transmissão oral da história. O que é preciso é que tenhamos um conhecimento crítico da realidade como o cantador trata essa história. De como ele se insere. Na verdade, o próprio cantador de cordel, faz parte do Cangaço; o próprio Lampião era um cantador, era um compositor. Então, eles têm uma visão muito peculiar da coisa, uma visão mística e que é do ponto de vista deles. Mas do ponto de vista crítico, evidentemente, não corresponde à verdade.
A literatura de cordel é muito importante para se entender o Cangaço, sem literatura de cordel não se entende.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Sérgia Ribeiro da Silva (dadá)


Nasceu em Belém, onde viveu seus primeiros anos de vida e teve algum contato com índios. A família muda-se para a Bahia onde, aos treze anos, é raptada por Corisco (Cristino Gomes da Silva Cleto) - o "Diabo Loiro", de quem seria prima.Ele se apaixonou por Sérgia, que era comprometida com um parente dele e, em um ato de extrema violência, matou o rapaz e o irmão deste, levando a moça com ele para ser sua eterna companheira. No cangaço, Sérgia recebeu o nome pelo qual ficou conhecida: “Dadá”.A despeito do início brutal, o amor de ambos foi intenso – eram a única dupla que, ainda no cangaço, se casou na igreja. Em 5 de maio de 1940, quando o que restava do bando de Corisco foi cercado por uma volante na Bahia, Dadá, de fuzil em punho, defendeu o marido, gravemente baleado e com um braço atrofiado por um ferimento anterior. Corisco morreu e Dadá foi presa com um tiro no pé, que acabaria amputado. Ela se casou novamente e morreu apenas em 1994.

Episódio Macabro


A fotografia das 11 cabeças cortadas revela uma composição bastante elaborada. As cabeças dos cangaceiros mortos em Angicos pela volante de João Bezerra foram dispostas sobre um lençol branco, estendido sobre os degraus da igreja de Santana do Ipanema. A posições que as cabeças estava expostas não era conhecidência. A de Lampião foi isolada, está em primeiro plano, para mostrar que agora agora estava reduzido ao comando de um grupo de cabeças decepadas.
Foi nessa ocasião que a encenação do cangaço teve seu auge. Em resposta à afirmação de poder do célebre cangaceiro, decapitaram-no e exibiram sua cabeça e a de seus companheiros como troféus,para mostrar aos olhos do mundo que esse corpo fechado, impermeável às balas e às facas, podia ser cortado e pedaços. Essa fotografia,das cabeças dos cangaceiros, coloca o público diante de uma violência que desperta a sensação de ausência de limites. Tudo parece ser permitido, em uma espécie de derrapagem descontrolada.

domingo, 12 de outubro de 2008

O Cabeleira


Embora tido como um dos primeiros cangaceiros, José Gomes, o Cabeleira, era apenas um bandido cruel e sanguinário que entrou na vida do crime influenciado pelo seu pai, o não menos perverso Joaquim Gomes, um homem mal e cruel que cedo ensinou o filho a arte violenta de matar e sangrar as pessoas indefesas apenas por puro prazer. Juntamente com seu pai e um negro de nome Teodósio, Cabeleira aterrorizou toda a zona da mata pernambucana desde Vitória de Sto Antão até o centro do Recife em meados de 1775. Cabeleira foi um herói do mal. À revelia de sua mãe, a Joana, conheceu a trilha do crime através do pai que cedo o ensinou a usar o clavinote, deixando um rastro de morte e destruição por onde passava. Cabeleira não escolhia suas vítimas. Era um herói sem causa social, e não tinha para si um código de ética e de conduta. Matava por matar e roubava por roubar. José Gomes foi aprisionado num canavial em Paudalho, zona da mata de Recife e levado à forca no Forte das Cinco Pontas em 1776. Das estórias de Cabeleira, só contadas pelo romancista Franklin Távora fica os versos que imortalizou a figura desse cangaceiro na alma do nordestino: “Fecha a porta, gente Cabeleira aí vem Matando mulheres Meninos também....” “Minha mãe me deu Contas pra rezar Meu pai me deu faca Para eu matar” “Meu pai me pediu Por sua benção Que eu não fosse mole Fosse valentão.”

Causas do Cangaço


As causas desse movimento teve origem bem variada. A situação de seu povo, a pobreza, as péssimas condições de vida, injustiça, contribuiram não só pro Cangaço, mas pra vários outros movimentos.Mas foram estas circunstâncias as mais importantes para que começassem a surgir os cangaceiros. Muitos, eram pequenos proprietários, mas mesmo assim tinham que se sujeitar aos coronéis. Do meio do povo sertanejo rude e maltratado surgiram os cangaceiros que lutavam pela sobrevivência. Nos dias de hoje a situação da região não mudou muito, os cangaceiros não existem mais , mas as condições são praticamente as mesmas.

A economia brasileira progrediu, mas esse progresso deixou de lado a estrutura caótica e ultrapassada das distâncias sertanejas.